O que eu aprendi sendo vulnerável na prática

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O processo de começar algo novo nunca é simples, mesmo quando você já tem prática ou já empreende. Se abrir para um novo projeto é desafiador.

Quando eu comecei a colocar forma na primeira turma do Workshop Produtividade e Propósito, foi como se eu estivesse começando tudo de novo.

Eu gostaria de compartilhar contigo os bastidores desse início e fazer um link com um tema que tive contato esse ano: Vulnerabilidade. Eu conheci através do TED da Brenée Bronw e depois vi também uma versão maior dela falando sobre o tema na Netflix.

Brenée estuda comportamento humano, uma das primeiras descobertas dela foi que a Conexão é o que nos move, ela dá sentido a nossa vida. Bom, e aí nos perguntamos como conectamos num mundo de wi-fi e 4G ? Como nos conectamos de verdade uns com os outros? Outra pergunta possível é: o que faz com que a gente se desconecte dos outros? Medo e vergonha, o pensamento de “Eu não sou bom o suficiente”.

Em 2016 eu descobri que além da Nós e o Davi, a minha empresa, compartilhar experiências sobre empreender era parte importante de mim e da minha jornada. E eu iniciei um movimento de trabalhar com isso através de atendimentos individuais e em grupos. E por incrível que pareça eu me dei bem logo de cara, tanto financeiramente quanto nos resultados. Eu logo enchi minha agenda e me sentia muito muito realizada em poder ajudar outras pessoas nessa caminhada. Acredito que eu encontrei a Conexão. Mas logo depois eu encontrei também o medo, medo de não ser boa o suficiente, medo de não dar conta do recado. E resolvi parar.

Mas isso não foi algo que morreu dentro de mim, era algo que eu realmente queria colocar no mundo. Eu vi outras pessoas fazendo algo similiar ao que eu tinha idealizado e isso me consumia. Mas uma ideia só é sua se você materializa e coloca ela no mundo. Então como uma forma de enfrentar esse descontentamento eu resolvi tirar esse projeto da gaveta e fazer acontecer.

E aí eu encontrei ela, a Vulnerabilidade, na forma de pensamentos do tipo “O que minha família vai achar de mim?”, “Vão me achar tola por gravar esses vídeos e escrever esse tipo de conteúdo ?” , “Será que minhas amigas irão continuar sendo as mesmas comigo”. E eu também ouvi coisas de fora como “Pra que tu vais fazer isso? Já tens uma empresa consolidada.”

Motivada pela Brenée, pelo meu marido, pela minha mãe e algumas amigas, eu criei coragem e me expus. Expus minhas falhas e também meus sucessos, me expus ao risco de iniciar um projeto novo com um peso de já ser uma empreendedora de sucesso. Me expus ao medo do fracasso. E olha, eu dormi com o fracasso algumas noites durante as últimas semanas.

Nas palestras a frase que eu anotei foi que as pessoas que vivem a vida de forma plena e se conectam. Elas tem em comum o hábito de abraçar a vulnerabilidade, isso é fazer o que elas acham que deve ser feito mesmo que não haja garantias. Dizer eu te amo primeiro, abraçar sem esperar nada em troca.

Essa era a minha situação: não havia garantias de sucesso. Eu obviamente medi e controlei o risco (porque acredito que isso é importante quando falamos de negócios e dinheiro). Separei uma quantia a qual eu achava que estava disposta a perder caso esse projeto não desse certo.

Comecei a fazer esse conteúdo, lancei a turma e quarto dias antes do curso eu tinha um total de DOIS inscritos para o workshop Produtividade com Propósito. É isso mesmo, por isso que eu disse que eu dormi com o fracasso.

Na véspera do evento eu já tinha nove pessoas, um número bem mais promissor. Eu estava empolgada e animada com a ideia. Mas ainda tinha um medo rondando a minha cabeça: “E se eu não for boa o suficiente.”

No dia, DOZE mulheres se reuniram comigo no Workshop Produtividade com Propósito. Tive meus custos cobertos e até um lucro inicial. Mas o mais incrível foi a oportunidade de estar lá de carne e osso, inteira. Compartilhando a minha jornada, meus conhecimentos e as ferramentas para tentar facilitar essa caminhada desafiadora que é empreender. E a cereja do bolo foi ouvir ao final do curso que meu objetivo havia se concretizado. Doze pessoas entenderam que elas não são o problema, e sim que o problema até então era falta de clareza sobre elas mesmas, sobre seus recursos de tempo e a falta de métodos acessíveis e simples para se organizarem nas suas tarefas.

Depois disso vieram as próximas turmas e essa conexão só aumentou.
Para mim, fica a reflexão, vale a pena se expor para se encontrar com a vida e com essa conexão.

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